Wednesday, May 04, 2011

[New Album] Fleet Foxes - Helplessness Blues




















Ainda que, «os mistérios da Internet» tenham antecipado o momento a partir do qual foi possível conhecer o novo álbum dos Fleet Foxes, a verdade é que está, a partir de ontem, disponível nas lojas (físicas ou não) o tão aguardado «Helplessness Blues», segundo álbum de originais dos Fleet Foxes. (disponível para audição aqui!)

Três anos depois do fenómeno em que se transformou o álbum de estreia, considerado por muitas revistas da especialidade como o melhor álbum de 2008, os Fleet Foxes regressam com um álbum sobre a "luta entre quem és e quem gostarias de ser" e sobre como, apenas com 25 anos, Robin Pecknold gostaria de fazer uma obra prima. 



Mas, «Helplessness Blues» apresenta aquele espaço incalculável entre os nossos desejos e aquilo que, efectivamente conseguimos, num determinado momento, realizar. Gravado ao longo de um ano, colheu inspiração, segundo o vocalista Robin Pecknold, no som da guitarra de 12 cordas do cantor folk britânico Roy Harper e no "hipnotismo" do histórico «Astral Weeks» de Van Morrison.

E este é, depois do estrondoso e inesperado sucesso do álbum de estreia, um álbum em que Robin se vê perante o enorme desafio de fazer: melhor, de se superar e de dar ao mundo uma obra prima inigualável. Crescer não é simples e a perfeição não existe.


O que encanta neste álbum dos Fleet Foxes é a sensação, de que, pese embora, se tente alcançar a perfeição e ultrapassar as limitações naturais, Robin e companhia aceitam poderem não saber muito bem para onde vão e que caminho seguir, mas sem que isso retire mérito ou brilhantismo ao trabalho apresentado. O reconhecimento do sentimento de se poder andar um pouco perdido, mais não é, do que a imagem reflectida dos ouvintes.

A genialidade muitas vezes manifesta-se precisamente nas coisas mais simples, na desconstrução da complexidade latente e no encantamento provocado pelas emoções singelas, inocentes mas profundamente verdadeiras. Neste álbum, pese embora se verifique um reforço da complexidade sonora em alguns temas, continua a sobressair o doce encanto das vozes suaves e penetrantes de Robin.



Tal como o disco de estreia, este disco continua a vaguear pelo folk rock e pop psicadélico dos anos 60 e 70, tendo como referências comunicadas: Peter Paul & Mary, John Jacob Niles, Bob Dylan, The Byrds, Neil Young, CSN, Judee Sill, Ennio Morricone, West Coast Pop Art Experimental Band, The Zombies, SMiLE-era Brian Wilson, Roy Harper, Van Morrison, John Fahey, Robbie Basho, The Trees Community, Duncan Browne, the Electric Prunes, Trees, Pete Seeger, and Sagittarius.

Este é assim um álbum que provavelmente não causará o efeito surpresa do seu antecessor e, como tal, não alcançará o patamar de "a nova melhor música dos últimos quinze dias" tão apreciada por todos os que vivem da incessante procura de coisas novas. Mas, será sempre, o álbum de afirmação da capacidade dos Fleet Foxes em fazer grandes canções que ficarão sempre disponíveis para audições demoradas.




Vão estrear-se em Portugal no dia 8 de Julho no Palco Super Bock do Festival Optimus Alive!'11.

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Eclectismo Musical: [New Album] Fleet Foxes - Helplessness Blues

[New Album] Fleet Foxes - Helplessness Blues




















Ainda que, «os mistérios da Internet» tenham antecipado o momento a partir do qual foi possível conhecer o novo álbum dos Fleet Foxes, a verdade é que está, a partir de ontem, disponível nas lojas (físicas ou não) o tão aguardado «Helplessness Blues», segundo álbum de originais dos Fleet Foxes. (disponível para audição aqui!)

Três anos depois do fenómeno em que se transformou o álbum de estreia, considerado por muitas revistas da especialidade como o melhor álbum de 2008, os Fleet Foxes regressam com um álbum sobre a "luta entre quem és e quem gostarias de ser" e sobre como, apenas com 25 anos, Robin Pecknold gostaria de fazer uma obra prima. 



Mas, «Helplessness Blues» apresenta aquele espaço incalculável entre os nossos desejos e aquilo que, efectivamente conseguimos, num determinado momento, realizar. Gravado ao longo de um ano, colheu inspiração, segundo o vocalista Robin Pecknold, no som da guitarra de 12 cordas do cantor folk britânico Roy Harper e no "hipnotismo" do histórico «Astral Weeks» de Van Morrison.

E este é, depois do estrondoso e inesperado sucesso do álbum de estreia, um álbum em que Robin se vê perante o enorme desafio de fazer: melhor, de se superar e de dar ao mundo uma obra prima inigualável. Crescer não é simples e a perfeição não existe.


O que encanta neste álbum dos Fleet Foxes é a sensação, de que, pese embora, se tente alcançar a perfeição e ultrapassar as limitações naturais, Robin e companhia aceitam poderem não saber muito bem para onde vão e que caminho seguir, mas sem que isso retire mérito ou brilhantismo ao trabalho apresentado. O reconhecimento do sentimento de se poder andar um pouco perdido, mais não é, do que a imagem reflectida dos ouvintes.

A genialidade muitas vezes manifesta-se precisamente nas coisas mais simples, na desconstrução da complexidade latente e no encantamento provocado pelas emoções singelas, inocentes mas profundamente verdadeiras. Neste álbum, pese embora se verifique um reforço da complexidade sonora em alguns temas, continua a sobressair o doce encanto das vozes suaves e penetrantes de Robin.



Tal como o disco de estreia, este disco continua a vaguear pelo folk rock e pop psicadélico dos anos 60 e 70, tendo como referências comunicadas: Peter Paul & Mary, John Jacob Niles, Bob Dylan, The Byrds, Neil Young, CSN, Judee Sill, Ennio Morricone, West Coast Pop Art Experimental Band, The Zombies, SMiLE-era Brian Wilson, Roy Harper, Van Morrison, John Fahey, Robbie Basho, The Trees Community, Duncan Browne, the Electric Prunes, Trees, Pete Seeger, and Sagittarius.

Este é assim um álbum que provavelmente não causará o efeito surpresa do seu antecessor e, como tal, não alcançará o patamar de "a nova melhor música dos últimos quinze dias" tão apreciada por todos os que vivem da incessante procura de coisas novas. Mas, será sempre, o álbum de afirmação da capacidade dos Fleet Foxes em fazer grandes canções que ficarão sempre disponíveis para audições demoradas.




Vão estrear-se em Portugal no dia 8 de Julho no Palco Super Bock do Festival Optimus Alive!'11.

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